Um conhecido samba de
Arlindo Cruz, “Meu Lugar”, fala do bairro de Madureira, na Zona Norte do Rio. Na
letra, o compositor diz:
“(...)
Meu
lugar
É
cercado de luta e suor
Esperança
num mundo melhor
E
cerveja pra comemorar
Hoje, na primeira
matéria do Real no Rio, apresento o Parque Madureira, inaugurado em 2012,
inserido na proposta do Rio como Cidade Olímpica.
O parque tem mais de
100 mil m² e acompanha o traçado da via férrea que corta o bairro pelo ramal
Belford Roxo (existe a passagem de outro ramal pelo bairro). Possui diferentes
entradas ao longo de sua extensão e, no trecho que fica em frente à fábrica da
Piraquê, uma passarela faz a ligação com o outro lado da linha do trem, onde a
fábrica está localizada. A entrada principal é ao lado do Madureira Shopping e
foi por lá que iniciei minha visita, na qual tive a ilustre companhia do amigo
e parceiro de aventuras Marcos Davi.
Entrada Principal, próxima ao Madureira Shopping
Inaugurado no
contexto da conferência Rio + 20, o Parque traz a sustentabilidade como uma
grande marca. Arborizado do início ao
fim, com jardins suspensos nas paredes das fachadas dos banheiros e do Centro
de Educação Ambiental, captação de água da chuva para as fontes e cascatas
artificiais (com tratamento para os resíduos sólidos), captação de energia
solar e iluminação de baixo consumo, entre outras medidas, mostram que, lá, o
futuro já chegou e é levado a sério.
Próxima ao local por
onde entrei fica a Praça do Samba, grande espaço que recebe shows do gênero tão
tradicional no bairro e de outros ritmos. Em dias em que não há programação
musical, o espaço é ocupado por práticas esportivas. Durante a visita, vi
pessoas patinando e aula de tae-kwon-do no palco.
Praça do Samba
Perto dali está a
Nave do Conhecimento. Administrada pela Secretaria Especial de Ciência e
Tecnologia, a Nave oferece acesso à internet, exposições em telas com
tecnologia interativa, cursos, oficinas e sessões de cinema na área externa
todas as sextas-feiras, a partir das 19h. A locomoção dentro da Nave é feita
através de rampas e corredores projetados considerando a acessibilidade para
todos os públicos. Dessa parte do Parque, tenho dois destaques: as “cápsulas”,
que são formas ligeiramente circulares, como recuos nas paredes, onde o
visitante pode se deitar e acessar a internet em tablets; e o atendimento
primoroso da equipe responsável pelo local, a quem agradeço imensamente.
Nave do Conhecimento
Compositor Silas de Oliveira
E a autora deste blog na "cápsula"!
Pelo caminho,
passamos por uma academia da terceira idade, um parquinho onde os brinquedos
são feitos com material reciclado ou madeira de reaproveitamento (essa, aliás,
também usada nos quiosques e em espaços de convívio), campo de bocha e uma
arena de tênis de mesa. Também passamos por estacionamentos de quadriciclos e
bicicletas para aluguel pelos usuários.
Entrada da Academia da Terceira Idade, com equipamentos ao fundo.
Jogo da Velha feito com material reciclado, no parquinho infantil.
No meio do Parque
encontra-se o Centro de Educação Ambiental, onde acontecia uma atividade na
hora e, por isso, não pudemos entrar para visitar. A edificação desse Centro e
as dos banheiros (abundantes por todo o Parque, limpos e sem falta de material)
são semelhantes, ambas contando com fachadas verdes, recobertas por jardins
suspensos.
Centro de Educação Ambiental
Logo após, fica o “coração”
do Parque: o mirante com os Arcos Olímpicos, que foi inaugurado em maio de 2015
e já é reconhecido como o símbolo do Parque. Abaixo do mirante há uma espécie
de praia artificial, com areia e uma cascata de água tratada.
Os Arcos Olímpicos e a cascata, centro do Parque
Quem sai na chuva é pra se molhar. No sol. também. E à noite, também!
A área de skate,
chamada de Skate Park Jorge Luiz Souza "Tatu" (pioneiro do skate no Brasil), é, talvez, a mais conhecida das atrações do Parque
Madureira. Tanto pela área como pela qualidade de seus equipamentos, tem
recebido visitantes e competições nacionais e internacionais. O espaço já foi
classificado como o mais moderno da América Latina e é, de verdade,
surpreendente.
Grande Bowl
Pista de street
Rampa para downhill
Banks
Caminhando para o fim
do Parque, há duas quadras poliesportivas, um campo de futebol com grama
sintética e uma quadra de vôlei de areia. Nesse trecho, há outra academia a céu
aberto e espaços usados para treino funcional.
No fim do Parque, que
é parcialmente circundado por uma ciclovia (também usada para corrida,
caminhada, patins e skate), encontra-se a Arena Carioca Fernando Torres, espaço
onde são oferecidos cursos e oficinas e também usado para shows musicais e
apresentações teatrais.
Arena Carioca Fernando Torres
O saldo da visita ao
Parque Madureira foi altamente positivo. Foi com alegria que encontrei lazer,
esportes, urbanismo e sustentabilidade no mesmo lugar. Também fiquei bem
impressionada com a limpeza e segurança do local. Recomendo a visita a todos,
lembrando que, de acordo com a Prefeitura, o Parque deverá ter suas dimensões
multiplicadas em breve, chegando às proximidades da Avenida Brasil e cortando 8
bairros da região.
Ao término da visita,
só pude acreditar que o compositor tinha razão: esperança num mundo melhor?
Sim, em Madureira!
Para maiores informações:
Site do Parque Madureira: http://www.rio.rj.gov.br/web/sect
Off Jam (skate): http://offjam.canaloff.globo.com/skate-park-de-madureira/
O Globo: http://blogs.oglobo.globo.com/radicais/post/skate-park-de-madureira-praca-de-skate-dos-sonhos-454147.html
Agradecimentos: a toda a equipe do Parque Madureira, com destaque especial para o núcleo da Nave do Conhecimento, por nos atender de forma tão prestativa; e ao Marcos Davi, meu amigo de uma década e meia, por acreditar no meu projeto e embarcar nessa aventura junto comigo!
Muito lindo Emília, belo trabalho, parabéns.
ResponderExcluirMuito lindo Emília, belo trabalho, parabéns.
ResponderExcluir