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Quem foi que disse que ser Real não é ser feliz?

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Bar Rebouças: onde os dispostos se atraem


“Pode ser que meu sonho seja assim
Te dizer quase tudo que você é pra mim
O que quero, o que espero
Sonho em te ver aqui
Sem rodeio solto os freios
Canto o amor por ti
(...)” (Meu Sonho, Os Paralamas do Sucesso)

O número 197 da Rua Maria Angélica, no Jardim Botânico, guarda uma das grandes joias da região. O Bar Rebouças, que funciona desde 1957 no mesmo endereço, segue a linha do bom e velho pé sujo, barzinho dos mais simples, daqueles que só têm um único banheiro e onde os mais conservadores se recusam a entrar. Não sabem eles o que estão perdendo...
Frequentado por público bem eclético, o estabelecimento, que abre as portas de segunda a sábado a partir das 7 da manhã, é reduto de agitação cultural, frequentado pela turma do cinema, música, teatro e TV. Escritores, bailarinos, jornalistas e afins se esbarram por suas mesinhas de madeira abertas na calçada, e alguns nomes famosos são frequentes no local.
Noite de grande movimento. Mesas na calçada. (Foto: Luiz Bettencourt)
O dono, Sr. Alberto, português radicado no Brasil há 58 anos, assumiu o bar em 1983, nos atendeu para contar um pouco mais sobre a história da casa para o Real no Rio. Lá, junto ao simpático garçom Jorginho, acumula casos felizes e marcantes. Namoros que começaram nas mesas do Rebouças, se tornaram casamentos e geraram filhos que hoje integram a nova geração de frequentadores; comemorações de aniversários que já animaram as noites em dias de semana; parcerias artísticas e grandes ideias nascidas no local; essas e tantas outras histórias, lembradas por quem comanda o bar, mostram por que quem vai ao Rebouças não deixa de voltar.
Sr. Alberto, português que comanda a casa desde 1983. (Foto: Luiz Bettencourt)

Jorginho, o querido garçom da casa, ao lado da placa comemorativa dos 30 anos da banda Os Paralamas do Sucesso, presente do baterista João Barone, frequentador assíduo da casa. (Foto: Luiz Bettencourt)

Uma das histórias mais marcantes relatadas por Jorginho foi a comemoração das filmagens de “Amarelo Manga”, do diretor Cláudio Assis, em 2002, quando toda a equipe do filme se reuniu no Rebouças. O filme, longamente premiado nacional e internacionalmente, tem lugar especial na memória de quem gosta de cinema e sempre encontra bom papo sobre o tema na casa.
Além das grandes histórias, das muitas presenças ilustres frequentes e da simpatia de quem nos atende, o Rebouças tem outros elementos capazes de fidelizar seu público na parte de comes e bebes.
Cachaças, vinhos e o prato que marcou a participação do bar nos 10 anos do Comida di Buteco. (Foto: Luiz Bettencourt)

O fotógrafo Luiz Bettencourt, responsável pelos registros dessa matéria, costuma dizer que, quando queremos descobrir quão bom é um botequim, devemos olhar para as prateleiras. Nas do Rebouças encontramos bons whiskies, cervejas importadas, seleção de cachaças premiadas e vinhos de rótulos selecionados. Os salgadinhos da casa também deixam o público com vontade de voltar. São empadas, risoles, quibes e vários tipos de bolinhos, tudo muito delicioso.
Bolinhos de bacalhau, delícias entre os salgados do cardápio. (Foto: Luiz Bettencourt)

Nos dias de semana a casa serve almoço das 11 às 15 horas. No cardápio, servido no formato prato feito (PF), têm destaque o contrafilé ou bife à milanesa com fritas, linguiça com ovo, costela bovina com batata e agrião, pernil à mineira, filé de peixe ao molho de camarão e rabada com batata e agrião, todos sempre acompanhados por arroz e feijão. Aos sábados, ganha destaque o caldo verde, já experimentado e aprovadíssimo pela autora desse blog.
Por conta do intenso movimento de blocos carnavalescos na região, o bar tem um recesso fixo no início do ano: fecha duas semanas antes do Carnaval e reabre uma semana depois. É um mês de férias, quando os responsáveis pela casa repõem suas energias e os frequentadores ficam aguardando, com saudade, a reabertura.
Whiskies e cervejas importadas. (Foto: Luiz Bettencourt)

Durante o resto do ano, o local fica aberto para quem deixa o preconceito em casa e chega disposto a dividir a mesa com desconhecidos nas noites de grande lotação (e possivelmente sair dali com novos amigos de infância!), bater papos cabeça ou simplesmente jogar conversa fora, comer e beber bem, rir bastante e, com sorte, ouvir cantorias divertidas vindo das mesas e acabar participando delas, de perto ou de longe.
Cerveja no balcão e interação nas mesas na calçada. (Foto: Luiz Bettencourt)

Reduto alternativo e criativo do Jardim Botânico, o Rebouças, na sua simplicidade e no seu requinte, é a cara do Real no Rio!
Quadro negro e o lado de dentro do balcão. (Foto: Luiz Bettencourt)
Extras:
Para quem quiser assistir, o filme Amarelo Manga, citado na matéria, está disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=MqLpNEveAnI
Som de primeira, show dos Paralamas do Sucesso, cujos integrantes Bi Ribeiro e João Barone são assíduos no Rebouças: https://www.youtube.com/watch?v=qbost5nvAnc&spfreload=10

Agradecimentos: 
À equipe do Bar Rebouças, em especial ao Sr. Alberto e ao Jorginho, pelo bom atendimento de sempre e pelo entusiasmo com que acolheram a ideia dessa matéria.
À turma do Rebouças: André, Márcio, Guilherme (atualmente morando em SP) e todos os multiplicadores das ramificações de vida estabelecidas naquelas mesas.
Ao fotógrafo Luiz Bettencourt, pela extensão de nossa longa parceria até esse blog, pela cobertura fotográfica e pelo apoio à ideia desde o início. E por ter me apresentado o Rebouças, onde nossas noites são felizes, nossos risos são fartos e nossa união é mais estreita!

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