"Coveiros gemem tristes ais
E realejos ancestrais
Juram que eu não devia mais
Querer você
Os sinos e os clarins rachados
Zombando tão desafinados
Querem, eu sei
Mas é pecado eu te perder
É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse...
Te quero tanto! (...)"
(Tanto (I want you), Versão: Francisco Amaral)
Após algum tempo ausente,
voltamos às nossas matérias! E para começar com o pé direito, ainda nesse primeiro
mês de 2020, temos dicas especiais fora da cidade e do estado do Rio de Janeiro!
Emília, nossa editora, aproveitou
o feriado municipal do dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro da
cidade do Rio de Janeiro, para dar aquela escapada rumo às Minas Gerais. O
destino escolhido, a cidade de São João Del Rei, se revelou muitíssimo acertado,
como se verá nas dicas!
Para quem sai do Rio de
carro, a viagem dura aproximadamente 5 horas. Para quem vai de ônibus, o
conselho é não acreditar no que diz o site da empresa, pois a viagem
não dura apenas as 5 horas e meia que eles informam. Com paradas para embarque
em Petrópolis, lanche em Juiz de Fora e desembarque em Barbacena, Barroso e
Tiradentes, a chegada a São João Del Rei não acontece antes de 6 horas e meia!
A parte boa, caso a viagem aconteça durante o dia, é conhecer um pouquinho dessas
cidades (principalmente Tiradentes!).
O Google não tem essa
informação, mas, em São João Del Rei, é muito fácil se locomover através do
transporte público. A cidade é lógica, segura, os moradores são solícitos e as passagens urbanas têm bom preço.
Nossa editora ficou hospedada na Pousada Raio de Sol, localizada
na entrada da cidade. Se houver possibilidade de combinar com o motorista do
ônibus de viagem, pode-se tentar descer em frente. Caso o desembarque seja
possível apenas na rodoviária, há a opção de ir de táxi, ao custo médio de R$
22,00 (com taxímetro, o que é maravilhoso!) ou ir de ônibus da Viação
Presidente, com destino ao Trevo. Quem optar por essa modalidade deve informar
ao cobrador (sim, essa profissão ainda existe por lá, felizmente!) que quer
descer no ponto da Pousada Raio de Sol. Não há como errar! Caso o viajante vá
se hospedar no Centro Histórico, também pode ir de ônibus ou de táxi. Nesse
caso, o ônibus deve ter destino à Cidade. Em janeiro de 2020, data da viagem, a
cidade ainda não contava com serviços de transporte por aplicativos como Uber
ou 99.
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Uma das piscinas da Pousada Raio de Sol |
Para quem for ficar na pousada
Raio de Sol, alguns avisos importantes: a pousada é simples e está começando,
os serviços vêm sendo instalados aos poucos e a gestão também está caminhando
junto com o estabelecimento. Ainda que uma certa falta de gestão profissional
possa causar algum estranhamento, há muitos pontos positivos a se destacar: a
manutenção é excelente; o café da manhã, com taxa de R$ 5,00 por diária é bem
farto, apesar da simplicidade; e a dona e os funcionários fazem de tudo para
que você se sinta em casa. Os móveis são de excelente qualidade, a roupa de cama
é mais simples, mas muito nova e limpa. Quem optar por frigobar no quarto
deverá pagar uma taxa de R$ 15,00 por diária. A casa tem bebidas para vender e
também há excelentes mercados por perto, nos quais se podem fazer boas
comprinhas.
A pousada tem duas
piscinas grandes e de boa profundidade, churrasqueira e wi-fi com bom sinal.
No dia seguinte à chegada,
após descansar e se sentir instalados, recomendamos a visita à cidade vizinha
de Tiradentes. Nossa editora foi duas vezes, no domingo e na segunda-feira. No
primeiro dia, o destaque foi o passeio de maria-fumaça, uma verdadeira viagem
no tempo! O trem e as estações são lindos, bem cuidados, os operadores se caracterizam
como antigamente e tem até doceiros com suas tábuas de doces tipo caseiros, também
caracterizados no formato antigo.
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Maria-fumaça |
Apesar de ser bem pequena,
a cidade de Tiradentes, pela sua vocação turística, é muito movimentada. No dia
da visita, a cidade se preparava para um festival de cinema que aconteceria
dias depois. Há bons lugares para comer e fazer compras, muitas lojas de doces
aceitam pagamento em ticket alimentação, o artesanato em tecido e em pedra
sabão é destaque, e as igrejas são belíssimas. Na Matriz de Santo Antônio, que
fica no alto de uma colina, é cobrada uma taxa de R$ 5,00 para a visitação. Vale
muito a pena ir até lá, pois a vista de lá de cima é belíssima e a igreja
encanta pelos detalhes da sua arquitetura!
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Igreja Matriz de Santo Antônio e a rua com calçamento em pé-de-moleque |
Entre os estabelecimentos
da cidade, o destaque fica para a Doceria Flor de Lótus (“Ouvi dizer que existe
paraíso na Terra...”) e para a sorveteria Gelatos da Vila, com seu filtro de
barro e suas canequinhas de ágata, um luxo!
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Sorveteria Gelatos da Vila, em Tiradentes |
De volta a São João Del Rei,
no domingo a pedida é ir à missa nas igrejas do Centro Histórico. A escolhida da
nossa editora foi a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, igreja barroca
de imensa riqueza, mas há as vizinhas Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora
do Carmo e a aconchegante Nossa Senhora das Mercês, de decoração rococó. Basta
verificar na internet os horários das missas em cada uma e se dirigir para lá!
Na Nossa Senhora do Pilar tem um coro seráfico maravilhoso, que também nos transporta
no tempo!
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Nossa editora e a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar ao fundo |
Na segunda-feira, como só retornaria
ao Rio tarde da noite, nossa editora aproveitou para viver mais a vida real da
cidade e passou toda a manhã no Centro, ouvindo os famosos sinos com sua linguagem própria. Nesse percurso, visitou as igrejas
modernas, o campus da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), registrou
os prédios da Prefeitura, da Câmara e do Teatro Municipal, e também foi à Igreja
de São Francisco de Assis, que havia ficado de fora do roteiro na véspera por
não ser vizinha às outras. Com obras de Aleijadinho, essa igreja é uma verdadeira
joia da arquitetura religiosa mineira, também é cobrada uma taxa de R$ 5,00
para a visitação e tem um guia (nossa editora tem lá suas ressalvas quanto ao
que estava de plantão durante sua visita, mas...) explicando os detalhes da
construção.
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Igreja de São Francisco de Assis |
Nos fundos da igreja de São
Francisco de Assis está localizado o cemitério onde foi enterrado o
ex-presidente Tancredo Neves. Seu túmulo de granito preto, ao lado do da
esposa, também tem destaque para os turistas.
Nesse dia, o almoço foi no
restaurante Pelourinho, próximo ao Museu Ferroviário onde fica a estação da
maria-fumaça. Comida a quilo com preço e qualidade justíssimos, playlist
ambiente tocando só artistas mineiros (um grande destaque da região é esse,
eles valorizam muito os artistas locais) e, na saída, café ou chá na xícara de
ágata, com direito a suspiros para acompanhar, tudo cortesia da casa!
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Cortesias do Restaurante Pelourinho, em São João Del Rei |
Após o almoço, ônibus para
Tiradentes! Pelo caminho, diferente daquele feito pela maria-fumaça, passa-se
pela cidade de Santa Cruz de Minas, o município de menor território do Brasil.
Muitas lojas e fábricas de móveis de madeira chamam a atenção nesse trecho. Na
Estrada Real que corta a região, há a cachoeira do Bom Despacho, em pauta para
uma próxima visita. Também chama a atenção a Serra de São José, com seu relevo
chapado, diferente das formas escarpadas que costumam ser vistas na maior parte
do Sudeste.
Na rodoviária de Tiradentes
tem Banco 24h, uma facilidade que acaba fazendo falta em alguns locais. Em São
João Del Rei, por exemplo, eles são encontrados nas lojas da rede Bahamas Mix
(supermercados no formato atacarejo), mas não na rodoviária ou na estação
ferroviária.
A tarde de segunda-feira
em Tiradentes é um mergulho em si mesmo! Naquele ritmo mais “vida real” de uma cidade
que vive do e para o turismo, a chuva que caiu no dia trouxe a leveza para o
que precisava fluir. O Rio das Mortes, no trecho que atravessa Tiradentes, é
bem caudaloso, diferente do que acontece em São João Del Rei, onde passa
canalizado por quase toda a sua extensão. E o Chafariz de São José, monumento histórico e ainda ativo, é lugar para se encantar e se refrescar com sua água potável geladinha!
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Emília no Chafariz de São José, em Tiradentes |
Com a aproximação da
noite, nossa editora retornou a São João Del Rei, também em ônibus urbano, e lá
aguardou sua hora de embarcar de volta ao Rio. Faltou ver muita coisa nessa
viagem, mas esse certamente será o motivo da volta!
Agradecimentos:
À equipe da Pousada Raio de Sol, que tão bem atendeu nossa editora.
A todos os profissionais do comércio e serviços das duas cidades.
Nao sabia o q era estilo rococo e fui pesquisar. Pela foto publicada, achei q fosse art nouveau ou similar. Entao descobri q este eh uma especie de reavivamento daquele.
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